“O nosso objetivo principal não é fazer o grande campeão. O que buscamos é usar o esporte como mecanismo para o desenvolvimento social das crianças. Os bons resultados em campeonatos são consequência desse trabalho”, explica o coordenador do projeto socioesportivo, Nildomar Valadares.
Há 14 anos à frente do Centro de Atletismo CE3, destinado a crianças e adolescentes de baixa-renda na cidade de Ceilândia no Distrito Federal, Nildomar tem alavancado o atletismo entre os jovens da região com resultados muito satisfatórios. Até hoje, foram mais de vinte medalhas em campeonatos brasileiros olímpicos e paralímpicos e mais de 500 jovens assistidos.
No próximo dia 4 de maio, cinco atletas paralímpicos do CE3 vão à São Paulo disputar o Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de Atletismo: Wellington Silva Barreto e Karina Ramos, atletas cadeirantes (categoria F-54); Wantergueide Lopes da Silva, atleta com deficiência visual (categoria T-12); Suzane Matos Cordeiro, atleta com deficiência intelectual (categoria T-20); e Vinícius do Santos Coutinho, atleta com deficiência física (categoria T-47).
Com boas chances de medalha no Mundial de Jovens de Atletismo Paralímpico 2022 e no Parapan-Americano de Santiago 2023, Suzane foi convocada, neste ano, para um camping pelo Comitê Brasileiro Paralímpico. Realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, o camping oferece uma rotina de treinamentos de alto rendimento aos jovens selecionados.
De acordo com Nildomar, um dos pontos fundamentais do projeto é mostrar para os jovens a importância de uma formação crítica em prol dos direitos individuais e dos direitos da comunidade em que estão inseridos. É por meio do atletismo, que o coordenador do CE3 desenvolve capacidades para a tomada de decisão e para a solução de problemas.
“O esporte é essa ferramenta extraordinária na construção do ser humano” – Nildomar Valadares, coordenador do Centro de Estímulo ao Esporte e à Educação (CE3)
Ao estimular as crianças e os adolescente a manterem uma interação de disciplina e empenho com as práticas esportivas, segundo Nildomar, o CE3 contribui para um desenvolvimento integral dos jovens atendidos, oportunizando a convivência social, o fortalecimento da autoestima e a promoção de valores éticos e de cidadania.
Mesmo com os diversos benefícios que a iniciativa proporciona, o centro esportivo não conta com o apoio do Estado. Atualmente, a TGV Tecnologia é única empresa parceira do projeto, que se mantém por meio de doações. Apesar do auxílio, o CE3 ainda não possui um espaço físico estruturado e busca outras parcerias. Apoie o projeto!